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A mostrar mensagens de novembro, 2018

Aprender a partilhar e outras lições do bebé #2

“O segundo filho é aquele que nasce para provar que é possível amar mais do que um filho”. A frase é da Cátia Silvestre, que talvez conheçam do blog A minha Bebé Matilde. Vamos dar um salto no tempo: a Matilde já tem 4 anos e tem um irmão bebé, o Vicente. Enquanto a Matilde aprende a partilhar as brincadeiras - e, sobretudo, a atenção - os pais aprendem que podem amar mais um filho de igual forma. Há muitos lugares comuns em relação ao segundo filho. Por um lado já sabemos ao que vamos. A gravidez, as noites mal dormidas, as gastroenterites, as birras no médico, as dores dos primeiros dentes, a mudança de fraldas. Nada disso é novidade durante a chegada do segundo filho. Isso dá-nos alguma falsa confiança; pois nada garante que o segundo repita as manhas (ou as façanhas) do primeiro.  Por outro lado, existe sempre a dúvida - será que vou conseguir gostar de outro ser tão pequenino tanto como do primeiro? Será que tenho amor, tempo e paciência para outro filho? Há espaç

Sem preconceitos, mais ou menos

Já aqui falei da importância de perdermos os preconceitos em 2018 (e, já agora, em 2019 e em todos os anos seguintes também). Mas quando digo isto a alguém, dizem-me sempre que não têm preconceitos. Está tudo bem, asseguram-me. Cada um pode ser, parecer e fazer aquilo que quiser, ao contrário do que acontecia antigamente, “no tempo do Salazar”. Em primeiro lugar, o que vos apraz dizer sobre estes standards tão baixos? Afinal de contas, se tudo está bem, porque é que o nosso ponto de comparação tem que ser um regime ditatorial e autoritário? Em segundo lugar, teremos avançando assim tanto? Será que temos a cabeça bem resolvida e que cada português pode, realmente, ser aquilo que quiser?  Temo que a resposta seja não. Num mundo em que é okay ser gay mas só “cada um em sua casa”, em que não há problema com as tatuagens “desde que não vejam” e em que alguém tem que tirar os piercings para trabalhar não é um país verdadeiramente livre em que cada pessoa faz o que quer